Estou sentada numa esplanada, ao meu lado uma grande amiga, cúmplice de muitos anos de trabalho, hoje também parceira e penso como esta relação é forte, como nos apoiámos no passado e como atualmente nos apoiamos no presente e até nos planos do futuro.
Será que hoje nesta realidade que empurra tudo e todos para o remoto, para as calls, se conseguem estabelecer estas relações de amizade e cumplicidade?
A minha vida profissional foi sempre de networking que resultou de uma forte confiança que se foi estabelecendo entre colegas, clientes, parceiros, e essa relação era muito mais sólida e produtiva quando havia empatia e cumplicidade. Hoje continuo a praticar a mesma forma de ser e estar, mas preciso ser mais criativa, porque encontro resistência nos que não sentem a necessidade de sociabilizar, naqueles que preferem a defesa do ecrã.
Diria que tenho ganho menos novos amigos, embora os que tenha ganho sejam de muita qualidade e que me estão a dar energia tal como este rio e luz de Lisboa o fazem tão bem.
O escritório está vazio, não tem a alegria da chegada daqueles que partilhavam sempre a piada certa ou a aventura do dia, que podia distrair alguns, mas havia mais sorrisos. E os cafés e almoços, as viagens de elevador ou simplesmente a ida para a garagem eram momentos descontraídos. Havia quem conhecesse o meu perfume no elevador 😄.
Gosto dos meus dias, da minha liberdade do trabalho remoto, mas cada dia em que tenho encontros, almoços, cafés com colegas, amigos, parceiros e, claro, clientes, sinto que fico muito mais energizada e inspirada para arregaçar as mangas e avançar sempre com alegria e paixão.
Finais de tarde de verão são sempre bons para estas reflexões, ficamos melancólicos, mas ao mesmo tempo sei que quando desafio outros para estes momentos, todos saímos bem, leves e com planos para nos revermos e apoiarmos.
Obrigada às centenas de amigos que tenho por aqui, aos almoços e cafés que estão sempre a acontecer.
por Rita Herédia Cordovil, Managing Partner na Luza